Você já parou para pensar porque com o tempo vamos acumulando roupas, objetos, papéis e tantas coisas que muitas vezes nem lembramos da sua existência?

O fato é que todo excesso esconde uma falta! E as mamães que me perdoem, mas se juntarmos durante a vida escolar dos nossos filhos cada desenho maravilhoso e criativo que ele fizer, já imaginou o tamanho da casa que precisaremos ter para tantas recordações?

Que atire a primeira pedra quem nunca guardou aquele jeans com a promessa de entrar nele assim que perder alguns kg! Mas como organizer que trabalha há 8 anos com isso, posso te dizer que TODAS – sem exceção – minhas clientes, sempre que emagrecem querem logo ir para o shopping e comprar algo novo, e não usar roupa velha. Aquele jeans pode até te servir de motivação, de incentivo e medidor da sua meta, mas assim que você alcançá-la, você vai querer outro novo. Mas e aí? Você desfaz do antigo? A maioria não!

E por que é tão difícil desapegar? Nosso cerébro é conduzido por 04 substâncias de prazer e bem-estar a cada momento de alegria e felicidade que vivenciamos, como: dopamina, endorfina, oxitocina e serotonina. Então cada experiência que você tem que te traga alegria, libera substância nos neurotransmissores e que acaba criando um certo “vício”. Essa sensação liberada cria memória e com essa lembrança em diversas situações da vida, você tem medo de ficar sem essa sensação de prazer novamente.

Mas convenhamos que na prática, nem toda memória gerada precisa ter o item físico para se lembrar não é?

Minha orientação é que você repense o consumo, o excesso de coisas ao seu redor. Quando acumulamos coisas demais, o que era um ambiente saudável e cheio de memórias afetivas, se torna inquietação, stress, ansiedade e muitas vezes você nem sabe o porquê.

Vamos nos ajudar na prática?

Aquele jeans que te serviu de estímulo e que você não usa mesmo servindo nele, pode muito bem fazer outra pessoa que não tem condições financeiras a passar em um vaga de emprego, por exemplo.

Quando a gente muda o olhar sobre os pertences de uma forma grandiosa e como “salvadora do mundo” (e porquê não?), se torna mais fácil desapegar.

Quantas pessoas gostariam de ter dinheiro para um jeans, uma camisa, uma jaqueta, um brinquedo… E muitos se quer tem condições financeiras para isso. Pense que o brinquedo que seu filho brincava na primeira infância, pode agora levar alegria para outra em um orfanato que muitas vezes nem família têm. Aquele jeans de meta, pode fazer uma pessoa a passar numa entrevista de emprego porque se sentiu mais confiante numa calça “nova”. São muitos estímulos, basta usar a sua imaginação para pensar em um mundo melhor no futuro e que você – sim, você! Está contribuindo.

Ah… Sim, os desenhos da escola, os bilhetinhos, as lembrancinhas de dia da família… Então, que tal você fotografar e arquivar na nuvem por idade/ano/série escolar que seu filho está? Ou se ainda assim é dificil, minha recomendação é sempre ter uma pasta com um lugar determinado para guardá-lo, todas as lembranças precisam caber nessa pasta. Muitos trabalhos e lembrança? Sente-se com seu filho(a), selecionem juntos os desenhos que ele mais gostou de fazer, achou mais legal e criativo. Eu juro, você fazendo isso com ele não sentirá a culpa de jogar a atividade escolar fora e quando ele estiver na faculdade, não vai nem lembrar desses tais desenhos que você teve apego.

Agora, papéis… Estamos na era da tecnologia né? Cupom fiscal, fatura física de contas… Tem comprovante de pagamento? Se não, é lixo! Guarda cupom para reembolso? Declaração de IR? Já os fez? Se sim, lixo! Vamos simplificar nossa vida e ter mais praticidade no nosso dia-a-dia?

As melhores lembranças que precisamos ter, é estar no momento presente, no aqui e no agora. Não fique vivendo no passado como um museu e nem ansiando pelo amanhã que só pertence a Deus. Se tem algo que não temos nenhum controle nessa vida, um é o ontem e o outro o amanhã.

Viva hoje, lembre-se das maravilhosas oportunidades que viveu no presente dia de hoje. Registre em sua memória e crie histórias para passar para as próximas gerações.

Lembre-se: um bilhete sem contexto é somente um papel, as histórias e a importância que damos a cada coisa, é guardada na memória e no coração!

Com carinho,
Aline Oliveira.